Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
Escolha um livro, pegue uma xícara de café e venham me desfolhar, sintam-se à vontade.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Minha Luta (Mein Kampf)

Título: Minha Luta
Autor: Adolf Hitler
Ano: 1925
Páginas: 720










                                                                                                      
    
    Há anos tinha vontade de ler esse livro. Já sabia que não seria uma leitura agradável, que me causaria repúdio e indignação, mas julgo historicamente importante conhecê-lo.
    Conhecendo superficialmente o personagem Hitler, eu o julgava um homem de extrema inteligência, visto que saiu do nada e se tornou um dos personagens mais importantes da história. Sua oratória, seu poder de persuasão e sua tática militar me fizeram vê-lo como tal. Sempre achei que, inteligente como era, se tivesse usado a mente para algo bom, teria sido um grande homem, um personagem importante em prol da sociedade e não contra ela. Ao ler o livro, vi que eu estava errada.
    A leitura foi cansativa, mas positiva, pois me fez ver o verdadeiro Hitler; fraco, inferiorizado, medíocre e não aquele personagem forte construído historicamente. Conhecê-lo através de suas próprias palavras me fez ver o quão boçal ele era, não era um homem inteligente e sim astuto, esperto por se aproveitar da situação decadente do país em beneficio próprio, tinha uma boa visão de marketing, sabia como moldar a frágil opinião pública. Ele entrou na história no momento certo, no momento de fragilidade do povo alemão perante a derrota na primeira guerra mundial, e usou o que ele tinha de melhor; o poder de manipulação perante a grande massa ignorante.
    A questão judaica é facilmente compreendida no livro, os judeus estavam em ascensão, os judeus eram bem sucedidos, os judeus ocupavam os melhores cargos, os judeus estavam em evidência nas artes, na ciência, na economia. Os judeus estavam em posição superior perante a raça ariana, isso era inadmissível na cabeça de uma pessoa psicologicamente perturbada e megalomaníaca como Hitler, e a única maneira de vencer um concorrente superior é, eliminando-o! E nesse momento, ele mostrou o quanto se sentia inferiorizado. Seus argumentos raciais não eram de fato baseado na "ciência" mas sim no próprio ego, no desejo de ser melhor, por saber não ser.
    De forma direta e objetiva ele ataca os judeus, acusando-os de planejar fazer, aquilo que ele próprio desejava e começou a fazer; "eliminar as outras raças para dominar o mundo" tal qual uma história de super-heróis, mas como nos desenhos, felizmente, o vilão nunca vence. Porém, infelizmente, continua tendo seus seguidores.
    A história é um ciclo, e a onda de ódio e racismo recomeça, infelizmente não aprendemos com o passado quando o ignoramos ou o negamos, nem os horrores do nazismo foram capazes de tornar a humanidade mais humana.
    O livro é péssimo, não apenas pelo ódio que carrega, mas também por ser bem mal escrito, mas é uma leitura historicamente importante, e um ótimo exemplo a não ser seguido. Conhecer o passado é a melhor maneira de não repeti-lo.

domingo, 3 de dezembro de 2017

A cidade do sol

Título: A cidade do sol
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira

Gênero: Romance
Ano: 2007
Pág: 364










"Khaled Hosseini, mais uma vez consegue envolver seus leitores com a força das emoções humanas, como poucos escritores sabem fazer."
As palavras são do New York Times, e estou em total acordo com elas. Assim como em "O caçador de pipas" o autor, mais uma vez, consegue tornar seus personagens imensamente reais, com uma narrativa repleta de sensibilidade. 

A história começa com Mariam, uma filha bastarda, que sonhava com uma vida normal junto ao pai e irmãos, como uma família. Pequena demais para entender os distúrbios psicológicos da mãe e o peso da palavra "bastarda."

A vida de Mariam não foge daquela velha história que já conhecemos, uma menina jovem casada a força com um velho cruel... Mas apesar de repetitiva, ela choca pela maneira realista como é descrita, e por sabermos que milhares de "Mariams" têm igual destino na vida real.


No decorrer da narrativa, a história de Mariam dá lugar à história de Laila, a segunda personagem. Crescida em uma família bem estruturada, moderna e que priorizava os estudos. Filha de um professor, ela cresceu em meio a livros e informação.
Mas a queda do governo comunista dá lugar ao governo do Talebã, que impõem leis rígidas, especialmente para as mulheres, e aquela moça que sonhava estudar e poder ser qualquer coisa que ela desejasse, se torna apenas mais um fantoche do regime totalitário, ditatorial e cruel.

Mariam e Laila são são duas mulheres afegãs, duas histórias enriquecedoras, são fictícias, mas com certeza existem muitas delas por lá, duas vidas castigadas pela imposição machista e autoritária da maioria dos homens afegãos, principalmente após a chegada do Talibã. D
urante a guerra bombas explodem em Cabul, e a vida das duas se cruzam, suas histórias se mesclam e mudam completamente.

O mundo não se comove pelo drama afegão, muito menos pelas suas mulheres. A burca que são obrigadas a usar não esconde apenas o corpo, esconde a violência, o medo, o desamparo, a solidão. Esconde o que o resto do mundo prefere não ver.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Meu filho Che


Título: Meu filho Che
Autor: Ernesto Guevara Lynch

Editora: Brasiliense
Gênero: Biografia
Ano: 1986
Páginas:
330










Diferente de uma simples biografia de um fã sobre um guerrilheiro revolucionário, diferente de uma simples biografia de um crítico opositor sobre um assassino autoritário, é uma biografia de um pai sobre um filho. Ao contrário de qualquer outra é repleta de emoção, admiração e afeto. Não se trata da biografia política de um guerrilheiro, mas de uma criança, de um adolescente, de um jovem adulto em todas as suas etapas de vida, seu relacionamento com a família, com os amigos, suas dúvidas, crenças, objetivos... A pessoa Che, além do revolucionário.
Claro que é inevitável falar de política, a segunda guerra mundial é citada, tal qual a guerra civil espanhola, pois fizeram parte da época em que o livro se passa, e sendo a família toda muito politizada os fatos ocorridos na época fizeram parte direta da vida de todos os personagens narrados.
O livro começa com a revolução cubana, não do ponto de vista político, mas sim da família, do pai desesperado por notícias do filho, em vários momentos dado por morto pelos meios de comunicação. Ele narra essa busca constante por informações e esse medo da perda do filho de forma muito empática, que faz com que o leitor se ponha em seu lugar como pai. Narra sua primeira visita à Cuba após a vitória dos revolucionários e aí sim, faz citações de cunho político, mas no geral sua narrativa foca muito mais na vida pessoal do Che, quem ele era como filho, como foi a infância, relata histórias que traz na lembrança, e no decorrer da narrativa é possível entender como o filho Ernesto se transformou aos poucos no revolucionário Che, como os acontecimentos ao nosso redor, durante todo o decorrer de nossas vidas, nos transforma no que somos hoje, todas as influências que sofremos para formar nossas opiniões e nossos atos.
Há trechos das cartas trocadas entre pai e filho durante anos, e os relatos das viagens aos hospitais dos leprosos onde Che colocou em prática suas aulas de medicina, além das aventuras que viveu nessas viagens.
Há citações sobre vários familiares que complementam a biografia, alem de alguns acontecimentos isolados do contexto familiar e do relacionamento com os amigos da família em geral, sem que seja citado o próprio Che diretamente. Apenas histórias que pairam na lembrança do escritor.
O mais encantador, é ver a biografia com outros olhos, com olhos de pai, não de historiador, sobre a vida de um filho, não de um personagem, isso enriquece a leitura. Seja o leitor a favor do Che, ou contra o Che, a leitura de uma narrativa escrita por uma pessoa íntima e repleta de afeto, torna a história muito mais humana.


domingo, 15 de janeiro de 2017

Malala, a menina que queria ir para a escola




Título: Malala, a menina que queria ir para a escola.
Autora: Adriana Carranca

Ilustrações: Bruna Assis Brasil
Editora: Companhia das Letrinhas
Gênero: Biografia; Jornalismo; Infanto Juvenil.
Ano: 2015
Páginas: 95







A realidade das meninas do Vale do Swat no Paquistão é muito diferente da nossa, região que por um período teve a atuação do Talibã. Lá as meninas são proibidas de sair de casa sem a companhia de um Mahram, não são incentivadas a ir para a escola e com a chegada do Talibã, esse direito foi proibido. Mas Malala pensava diferente, pensava em ser médica, pensava só em estudos, pensava em livros, pensava......

Incentivada por seu pai, Ziauddin Yousafai um educador dono da escola Khushal, Malala cresceu entre os corredores e carteiras, aprendeu a amar os livro. Com apenas 12 anos escrevia anonimamente num blog contando como era a vida no Paquistão sob o regime do Talibã,  começou um ativismo a favor da educação feminina, era a única voz que ecoava do Vale do Swat, o Talibã não gostou... Mas Malala não desistiu de seus sonhos, não desistiu de seus estudos, mas teve uma pausa obrigatória causada por uma arma, por um homem, por uma intransigência descabida. 

Era 09 de Outubro de 2012

Malala voltava da escola com duas amigas quando dois talebãns pararam a dyna e perguntaram: "Qual de vocês é Malala?" Ela se virou instintivamente e foi reconhecida, pois era a única sem shawl.




Três disparos.
Um acertou sua cabeça.
Malala tinha apenas 14 anos.




Sua história rompeu as barreiras do Paquistão e ficou mundialmente conhecida chegando aos nossos ouvidos e um fato que faz parte de um cotidiano, a outros causa estranheza.

Malala nasceu e cresceu nesse contexto, em meados de 2000 o Talibã foi ganhando mais força, Malala é de origem pashtuns, no Paquistão as mulheres não podem sair a rua sem a companhia de um Mahram, um homem da família que pode ser pai, avó ou irmão. São os pais que levam os filhos(as) ao médico, escola, passeios, as mulheres são mantidas em Purdah “confinamento” longe dos olhos de outros homens. Ziauddin sempre foi justo, dava à filha os mesmo direitos dos filhos, deu a ela seu sobrenome, coisa rara entre pashtuns paquistaneses, lhe ensinando dessa forma, que ser mulher no Paquistão não é sinônimo de vergonha.

No Paquistão as casas tem cômodos pra mulheres e cômodos para os homens, isso evita que elas tomem conhecimento dos assuntos masculinos, e evita que seja vista quando chega um homem que não é da família, entre os pashtun existe as Hujera "Casas de homens", para encontro políticos, celebrações e reuniões de trabalho, é raro que uma menina pashtun esteja entre os homens e se estiver devera ficar calada. Malala era diferente, via-se desde cedo que seu brilho era expandido por um pai, um educador,  um homem a frente dos costumes paquistaneses pashtun. Ainda bem.

Ainda bem que Ziauddin criou Malala e será que o mundo precisa de mais Malalas, e menos Cinderelas? Não no sentido físico mas no que cada uma representa?

Eu creio que sim, creio que deveríamos incentivar mais o conhecimento, a cultura, os estudos, do que a “Espera do Príncipe que te salvará”, alguns "príncipes" podem ter barba, turbante e armas....

Não devemos tirar a fantasia das crianças mas prepara-las para saber discernir, opinar, e isso vem atrás do estudo. 

Que esse livro seja parte dessa construção!

Insh'Allah



 

Prêmio Nobel da Paz - 10 de outubro de 2014.


"Prêmio concedido pelo Comitê do Nobel pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação."


Malala é considerada a mais jovem ganhadora de um Prêmio Nobel.








terça-feira, 18 de outubro de 2016

A Revolução dos Bichos.


Título: A Revolução dos Bichos
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das letras
Gênero: Fábula, Política, Sociologia, história.
Ano: 1945
Páginas: 147









Os animais viviam em uma fazenda, e eram todos os dias explorados pelo fazendeiro, até que resolveram fazer uma revolução, colocaram o fazendeiro para correr, e tomaram posse da fazenda para viver em liberdade, trabalhando em prol dos seus próprios objetivos, e não mais de um humano explorador!!!


Assim discorre a fábula de George Orwell;  "A revolução dos bichos."
Resumindo assim parece um livro bobo e desinteressante, mas ao contrário, o autor retrata de forma simples, objetiva e muito inteligente os principais acontecimentos da revolução russa. É uma sátira à ditadura Stalinista, que foi escrito durante a segunda guerra mundial.
É sem dúvidas uma obra prima, um clássico para diferentes idades, com mensagens políticas e sociais de nível adulto, em forma de fábula de fácil compreensão para crianças.

É interessante conhecer a revolução russa, seus principais personagens e acontecimentos antes de lê-lo, pois as referências no livro são muito diretas. Durante  o decorrer da história o leitor vai identificando cada animal e entendendo que personagem ele representa na história real.
A traição à Trotsky é contada de forma bem clara, a exploração da mão de obra, os assassinatos, a busca pelo poder, o abuso deste poder, os privilégios alcançados em detrimento dos outros, a fácil manipulação da grande massa, é tudo muito explícito.


O livro narra exclusivamente a revolução russa, apenas, sem mais interpretações, comparações, ou referências à outras revoluções, como erroneamente foi feito por diversos meios de comunicação na luta contra o comunismo durante a guerra fria, deturpando o objetivo do próprio escritor, e mostrando o quanto a manipulação política se faz presente nas mínimas oportunidades. A luta pelo poder é bastante semelhante em toda parte do mundo, indiferente da ideologia política, usa-se os mesmos artifícios, com os mesmos objetivos.
A história mostra de forma simples o quanto a politica é um ciclo, que quando você menos espera, aquele que lutou contra um governo opressor, pode se tornar, ele próprio, tão opressor quanto. 
A igualdade entre os homens é um sonho daqueles que são explorados, o pesadelo daqueles que exploram, e uma eterna utopia entre os homens. 

"Todos os animais são iguais. Alguns mais iguais do que os outros."

terça-feira, 10 de maio de 2016

Chico Mendes; Tempo de queimada - tempo de morte.


Título: Chico Mendes; Tempo de queimada - tempo de morte.
Autor: Andrew Revkin
Gênero: Meio Ambiente
Editora: Francisco Alves
Páginas: 348
Ano: 1990










Na busca por um livro sobre Chico Mendes, encontrei dentre outros títulos, este, que se destacou pelas boas indicações dos leitores.
Ao folheá-lo vi que o autor é estadunidense, o que me fez perder o interesse pelo livro. O pré-conceito me fez de imediato pensar "Um estadunidense escrevendo sobre Chico Mendes e a Amazônia? O que um estrangeiro teria a dizer sobre uma questão tão particularmente brasileira?"
No prefácio, o autor, coincidentemente, responde a minha pergunta:

"Muitas pessoas me perguntam: Pq ler um livro escrito por um americano a respeito de uma questão eminentemente brasileira?
Existem diversas razões. Primeiro, nenhum repórter,  americano ou brasileiro, dispensou tanto de seu tempo na tentativa de reunir as peças desse quebra-cabeças. Somente consumindo-se tempo pode-se começar a perceber a verdade que se encontra no meio de cem pontos de vistas distintos, o ponto de vista dos seringueiros, o dos fazendeiros, os dos familiares e amigos de Mendes, o das autoridades investigando seu assassinato. Segundo, eu não escrevi esse livro para os olhos dos cidadãos americanos, Eu o escrevi para os olhos dos cidadãos do planeta Terra. Afinal de contas, atingimos uma era em que os problemas ambientais não respeitam mais fronteiras."


"Os problemas ambientais não respeitam mais fronteiras!" É, eu errei quanto ao "particularmente brasileiro"
Ok sr. Andrew, você venceu! Eu trouxe o seu livro para casa! E não me arrependi, ao contrário, me surpreendi!

Eu imaginava que o livro fosse uma biografia da vida de Chico Mendes e sua luta pela prevenção da floresta amazônica, mas o livro vai muito alem disso.  O autor não se limita ao tema principal, ele fala de tudo que esteja relacionado a questão da Amazônia. Ele fala de política, economia, biologia, da questão indígena, do trabalho escravo, da má distribuição de renda, da falta de leis e de justiça. O livro é muito rico em informação e o conhecimento do autor, especialmente quanto a politica brasileira, me surpreendeu. Os próprios brasileiros não conhecem sua história, como um estrangeiro se dispôs a conhecer.

O livro é excelente, leitura indispensável. A única coisa que me incomoda é a falta de revisão gráfica, que deixa passar vários errinhos de digitação e tradução, mas nada que prejudique o conteúdo e o entendimento da leitura. Um relaxo inadmissível em um livro, mas incapaz de comprometer a excelência de suas informações.


quarta-feira, 2 de março de 2016

1968, o ano que não terminou.


Título: 1968, o ano que não terminou.
Autor: Zuenir Ventura
Gênero: Política e sociologia
Ano: Lançado originalmente em 1989
Relançado por diferentes editoras.













1968, um clássico da literatura política brasileira, e como tal, eu esperava mais do livro. Não atoa, sempre criamos grandes expectativas ao ter em mãos um livro conceituado. 
Eu esperava por mais informações políticas, ausente no primeiro capítulo, que se dedica mais a relatar como viviam os jovens daquela geração, o que liam, o que assistiam, sobre o que conversavam, sua busca por liberdade, sexualidade e ideais. Desinteressante, na minha opinião.
Outro ponto negativo é que a maior parte do livro se passa no Rio de Janeiro, enquanto a ditadura se passava no Brasil todo. No decorrer da leitura, me pego pensando no que estaria acontecendo, naquele momento, no restante do país. Como a opressão política atingia os demais brasileiros, nas capitais menos expressivas? Pouco se fala sobre os acontecimentos além do eixo Rio - SP, e essa falta de abrangência nacional deixou a desejar.
Apesar de ser um dos livros mais conhecidos sobre a época da ditadura militar, ele não é um relato exclusivamente político, sobre a ditadura, o AI5 e suas atrocidades, é uma retrospectiva do ano todo, do primeiro ao último dia, desde fatos fúteis, até os mais marcantes. E apesar de cansativa e desinteressante, a primeira metade do livro não deixa de ser um complemento aos demais relatos.
A segunda metade traz vários relatos políticos e sociais, tal qual um trabalho jornalístico. É como ler matérias da época, contadas por quem as presenciou. 
Cita personagens importantes na luta contra a repressão, a censura sofrida por artistas do teatro e da música brasileira, relatos de pessoas que sofreram repressão, relatos de abuso de poder, de autoritarismo, de desrespeito aos direitos humanos e afronta à cidadania e seus direitos democráticos.
A cada página, a leitura vai se tornando cada vez mais interessante, com mais informações e relatos que prendem a atenção, até que o ano chega ao fim, ao menos no calendário, já que historicamente ele não terminou...



Deixo aqui um trecho do livro, cujo a mensagem nele inserida, vai muito além das palavras.

"As 19:30 do sábado, em Goiânia, o calor estava insuportável, e ele resolveu se por à vontade no quarto do hotel. De chinelos, sem meias e com calça de pijama, Sobral repousa sentado, quando, de repente, a porta foi arrombada e apareceu um major. Atrás dele havia seis homens em fila. O major não cumprimentou:
-Eu trago uma ordem do presidente Costa e Silva para o sr. me acompanhar.
Sentado estava, sentado Sobral ficou.
-Meu amigo, o marechal Costa e Silva pode dar ordens ao senhor. Ele é marechal, o sr, major. Mas eu sou paisano, sou civil. O presidente da república não manda no cidadão. Se esta é a ordem, então o sr pode se retirar pq eu não vou.
A primeira reação do militar foi de espanto:
-O sr está preso! Gritou o major, achando q não se tinha feito entender.
- Preso coisa nenhuma!
Só então o major percebeu q precisaria usar a força. A um grito de "prendam", quatro homens se atiraram sobre o velho sentado. Sobral foi agarrado e arrastado até o elevador, agarrado e arrastado passou pelo salão do hotel e, esperneando, foi jogado no banco de trás de um carro.
Ao comandar aquele sequestro, o major certamente aprendeu que a bravura cívica podia ter 75 anos, pesar 67 kgs, e andar de chinelos e pijama."




sábado, 9 de janeiro de 2016

Um gato de rua chamado Bob


Título: Um gato de rua chamado Bob
Autor: James Bowen
Editora: Novo conceito
Gênero: Biografia
Páginas: 236
Ano: 2013











O cão, o amigo do homem. Será? Nem sempre.
O melhor amigo do homem também pode ser um gato!
James é um ex morador de rua, viciado em heroína, estava em tratamento para tentar se livrar do vício. Para se manter fazia apresentações de rua, tocando sua guitarra, e cantando nas ruas de Londres em troca de algumas moedas. Certo dia encontrou Bob, um gatinho abandonado, perto da porta de seu apartamento. Se afeiçoou à ele, porém mal tinha dinheiro para sustentar a si mesmo com as moedas que ganhava em suas apresentações de rua, e vivia no momento de abstinência, a fase mais difícil para quem inicia um tratamento contra o uso de narcóticos, ainda assim acabou não resistindo e deixando que o pequeno felino fizesse parte de sua vida.

No livro ele relata a história de amor e amizade entre um homem e seu gato, momentos que viveram juntos, hábitos e atitudes do pequeno felino, e a cima de tudo, como e quanto o encontro com esse bichano mudou a vida dele, o ajudou a sair do vício, trouxe mais alegria para sua vida até então sem sentido, e claro, trouxe também muito dinheiro com a fama que teve o livro!!! Rs




Não é somente uma história de amor e amizade, mas também de superação. Bob se tornou a força que faltava para James se recuperar do vício, foi sua real motivação para seguir em frente. Não raro, um pequeno animal de estimação nos faz um bem enorme.



São relatos não mais que simples, não menos que belo, e cheios de ternura felina.  ^^







segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Raul Seixas, por ele mesmo.


Título: Raul Seixas por ele mesmo
Gênero: Música, Biografia.
Editora: Martin Claret
Páginas: 191
Ano: 2012 (2° edição)











O livro tráz um conjunto de entrevistas e textos sobre a vida e obra de Raul Seixas publicados em diversos jornais e revistas, biografia e discografia completa, um perfil biográfico, que creio ser a parte mais interessante do livro, e relatos de amigos e outros artistas sobre sua vida e obra.

Apesar de conter bastante informação, principalmente sobre a vida de Raul, o livro é bem fraco perto da grandiosidade do artista e de sua obra inteligente, crítica, irônica, filosófica e de certo, atemporal. Creio que conhecer suas composições e as mensagens que o artista passa em suas letras é essencial para conhecer não só a arte, como o homem por de trás dela. Achei o livro falho neste quesito, há muito mais a ser dito sobre sua obra e a mensagem que ele queria passar através dela.

O livro tem muitas informações repetidas, duas vezes, três vezes... Que deveriam ser melhor resumidas.

As entrevistas também deveriam ser melhor selecionadas, perguntas como; qual o número do seu CPF e quantas vezes você escova os dentes por dia, são pateticamente fúteis.

Ainda assim, há matérias e trechos de entrevistas bastante interessantes e enriquecedor para quem quer conhecer um pouco sobre Raul Seixas. Para quem já é fã a leitura não é indispensável.

"A gente tem que por nossa impressão digital no mundo". Tem o dever. Você tem uma missão pra cumprir aqui, você não está aqui por nada, acho que todos têm esse direito, o dever de marcar a presença, a passagem. Eu estou cooperando devagarzinho, quero botar minha impressãozinha, quero sair na história, pra ser lembrado. Porque tem gente que morre e tem gente que não morre..."
(Raul Seixas 1980)

Raul conseguiu o queria, deixou sua marca, talvez não imaginasse que ela seria tão forte!
Ele faz parte dessa gente que não morre!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Meu Primeiro Golpe de Estado



Título: Meu Primeiro Golpe de Estado
Autor: John Dramani Mahama
Gênero: Biografia, História
Editora: Geração
Ano: 2014
Páginas: 344






"Os outros só nos empurram com a força que permitimos e até onde deixamos."




Escrito por  John Dramani Mahama, escritor, historiador, e Presidente de Gana desde 2012.  Gana é um dos 54 países que compõe o continente Africano. Conquistou sua independência em 06 de Março de 1957, deixando de ser colônia britânica chamada Costa do Ouro, e se tornou Gana, país independente e autogovernado.

Dramani narra sua trajetória de vida durante o período das décadas perdidas, desde o golpe de estado em 24 de Fevereiro de 1966, até meados de 1997, sendo que a retomada do governo constitucional foi em 1982. E a primeira constituição de Gana promulgada em 1992.

Dramani era filho de um engajado e respeitado ministro do governo de Gana, recebeu boa educação graças ao esforço de seu pai, um homem visionário, que foi preso juntamente com todos os políticos ligados à ex-democracia, assim que os militares tomaram o poder e depuseram o então presidente Kwame Nkrumah, que estava em visita oficial em Hanoi no Vietna do Norte, Kwame Nkrumah nunca mais voltou à Gana e ficou em exílio na Guiné até morrer em 1972. Dramani viu sua família desmoronar, seu pai perdeu tudo á exceção de uma casa pra onde foram após sua soltura e tiveram que se reinventar para continuar a viver sobre regime militar.

Sua narrativa tem a ternura típica de quem fala sobre a família, sobre suas memórias, tudo gira em torno de como um menino de 7 anos via aquela situação, e como foi crescer nesse ambiente hostil, marcado por guerras, crises econômicas, disputas pelo poder, até o despertar para a filosofia política na faculdade, caminho que o levaria onde ele jamais poderia imagina, à presidência do seu país.

Sim, é interessante acompanhar sua narrativa, já que hoje ele é Presidente de Gana, mas seu livro tem um enfoque muito mais pessoal, é um relato sobre um homem e sua nação, sobre seu povo, longe de ser uma autobiografia politica, é um relato terno e reflexivo. Não foca em fatos políticos, sócio econômico ou conflitos entre tribos e etnias, o que para mim deixou a narrativa um pouco desestimulante, talvez por eu ter criado uma expectativa a respeito de informações políticas, e elas serem poucas.

Mas navegar pela história sob o olhar de Dramani, sua cultura, fatos e acontecimentos que compuseram sua formação, te faz conhecer, mesmo que de longe, a história de outra nação, o que sempre agrega conhecimento.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A última Dança de Chaplin



Título: A Última Dança de Chaplin
Autor: Fabio Stassi
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Pag: 222




"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria."



Na noite de 24 de Dezembro de 1971, um homem de oitenta e dois anos acende a luz do cômodo. Sentada na poltrona ao lado da janela esta a Morte, envolta em uma capa.

A Morte: Estava esperando você.


É assim que começa a narrativa do livro A Última Dança de Chaplin, o já idoso e  genial ator tem na época seu filho caçula Christophe com 9 anos e decide propor  um acordo  à Morte, se faze-la rir, ela lhe concede mais um ano de vida. E todo ano no Natal a Velha Senhora volta à chamá-lo, e será preciso mais do que a técnica de um grande ator para faze-la dar ao menos uma risada....

Numa época onde a pessoa se fazia sozinha, e não era fácil correr atrás de seus sonhos com o alcoolismo do pai a doença mental da mãe, a infância pobre.

“Sim, quantas vezes nascemos para a vida? Tantas que precisamos logo aprender a nos criarmos sozinhos, a não parar de nascer. A Consciência de ser outra pessoa, de estar em outro lugar, me encheu de felicidade."


Nos capítulos onde a morte vem buscá-lo a diagramação do texto é como numa peça de teatro. Com as falas marcadas. 
Fala o Personagem e não homem Chaplin.

Quando entra em cena o pai, o texto tem narrativa mais sentimental e saudosista, pois a princípio a história foi escrita baseado em uma carta que Chaplin escreveu para seu filho, contando sobre sua vida.


O livro mistura fatos reais com ficção, na verdade muito mais fictício do que real e achei sinceramente que seria mais dinâmico e instigante, mas sege sem grandes emoções, chegando a ter capítulos bem “arrastados”. Eu esperava mais do livro que trata da vida de um gênio da 7ª arte, do homem que satirizou Hitler em pleno 1940, que subiu ao palco pela primeira vez aos 5 anos de idade ao perceber q a mãe, já com problemas mentais esquecera o texto, que chegou a ser interno em um abrigo para crianças órfãs, que fazia rir ou chorar sem ter que dizer uma palavra... Enfim, eu achei o livro fraco.

Charles Spencer Chaplin, morreu em Vevey, na Suíça, no dia 25 de dezembro de 1977, aos 88 anos.



segunda-feira, 27 de julho de 2015

O que a vida me ensinou


Título: O que a vida me ensinou
Autor: Marcelo Silva
Editora: Saraiva

Ano: 2013
Páginas: 174












Este é o tipo de livro que deveria ser lido (e até relido) por muitos "lideres" e por todos aqueles que pensam sê-lo um dia.

O foco principal do autor e sua dica de boa liderança, é a valorização das pessoas. Acredito que muitos supostos lideres se perguntarão "o que é isso?" bem pq o que mais vemos nas grandes empresas é a valorização da busca incondicional por lucros, a todo e qualquer custo. E as pessoas? Bem, elas são números!
No livro o autor trata do óbvio, muitas vezes ignorado; "gente feliz trabalha mais e melhor!" Valorizar a pessoa e seu desempenho faz com que este busque sempre fazer o melhor, e isso consequentemente traz benefícios à empresa como um todo. 


Marcelo Silva é diretor-superintendente do Magazine Luiza, no livro ele compartilha com o leitor histórias pessoais e profissionais, cita pessoas e situações que o ajudaram a aprender e crescer, fazendo com que o leitor reflita sobre cada história contada, como exemplo de lição de vida e também de crescimento profissional.

"As pessoas costumam retribuir a confiança que é nelas depositada. Um ou outro pode não corresponder, com certeza. Mas a maior parte dos profissionais, nos diversos extratos hierárquicos, devolve empenho e resultados quando recebe atenção e respeito."

"A vida me ensinou que os líderes são avaliados basicamente pelos resultados financeiros. O melhor gestor é, nessa visão, aquele que acumula mais lucro em menos tempo. Mas há uma relação entre integridade e resultado. Muitas vezes, o indivíduo na posição de comando releva erros, mentiras e pequenas trapaças de um subordinado que contribui na geração de lucros. Nesses casos, as empresas sabem que estão chocando o ovo da serpente."


Outros autores da coleção "O que a vida me ensinou"
Mario Sergio Cortella
Heródoto Barbeiro
Washington Olivetto
Amalia Sina

Reinaldo Polito
Frei Betto

sábado, 25 de abril de 2015

O Grande Ivan

Título: O Grande Ivan
Autor: Katherine Applegate
Editora: Irado (Novo Conceito)
Gênero: Infanto Juvenil
Páginas: 290
Ano: 2014










Ivan é um gorila das costa cinza-prateada, tinha tudo pra ser feroz e lhe causar medo, mas não tem como não se apaixonar por ele e sua história.

Ivan existiu! Ele foi trazido do Congo em 1962, e morou com uma família até se tornar indócil, assim foi vendido pra uma loja de um shopping em Tacoma nos EUA, onde viveu 27 anos numa jaula à exposição do público.

Ivan ficou famoso porque pintava e assinava com o polegar. Ivan morreu aos 50 anos em 2012.




Essa é a versão dos humanos, agora vamos a versão de Ivan:

Era uma vez, um gorila chamado Ivan.

Nasci na África Central, numa floresta densa e tropical tão linda que nenhum lápis de cor do mundo conseguiria recriá-la. Minha irmã se chamava Pega e eu Barro porque eu desenhava com barro nas rochas, vivíamos felizes como deveria ser.

Certo dia, uma dia sem vento, o ar zumbiu e os humanos chegaram.

Os humanos mataram meus pais, estávamos dependurados na minha mãe, minha irmã e eu quando eles a mataram. Em seguida mataram meu pai, fomos colocados numa caixa escura e apertada que cheirava a urina e medo. Eles cortaram a cabeça, pés e mãos do meu pai. Tem uma loja aqui do lado que vende cinzeiros feitos de mãos de gorilas. Minha irmã não conseguiu se desligar da selva, na caixa ela me olhou sem conseguir enxergar nada.
Ela não sobreviveu.

Foi Mack que comprou aquela caixa, e me criou como bebê humano. O tempo foi passando. Eu fiquei grande. E me transformei no que nasci para ser. Grande demais para cadeiras, forte demais para abraços. Grande demais para a vida humana. Mack me trouxe pro Shopping e Fliperama Saída 8, onde moro num pequeno domínio, os humanos veêm me ver 3 vezes ao dia, 365 dias por ano, Mack é o dono daqui.
Desde então nunca mais vi outro da minha espécie.

Tenho amigos aqui, a Stella é uma elefanta ela fica no domínio ao lado, a pata dela esta inchada, tenho perguntado, mas Stella sempre responde que esta bem, ela se apresenta 3 vezes ao dia no picadeiro.
A noite escuto Stella gemer de dor.

Tem o Bob. Bob é um vira-lata ágil e esperto, os funcionários do shopping desistiram de tentar pegá-lo. Ele não tem dono, se intitula "sem teto por opção". Uma noite sonhei que comia um donut peludo, quando acordei, encontrei Bob dormindo na minha bariga, desde então é assim. Tentei dividir minha comida, mas ele é seletivo, diz que prefere caçar o próprio alimento.
Bob é pequeno e rápido parece um esquilo que late.

O faxineiro é o George, ele limpa o shopping toda noite enquanto sua filha Júlia fica sentada perto do meu domínio. Ela poderia sentar onde quisesse, não estou me gabando, mas ela prefere sentar comigo. Acho que é porque nós dois gostamos de desenhar. O que ela mais gosta de fazer é desenhar e conversar comigo. Não sei por que as pessoas conversam comigo, acho que pensam que eu não as entendo.
Ou talvez porque eu não saiba responder.


A nova vizinha chegou. Um caminhão enorme parou e na parte de trás tinha um filhote de elefante. É a Ruby. Marck esbraveja mas Ruby esta com medo, Stella corre em direção a porta aberta e coloca o pé inchado na rampa. Geme. O sangue escorre. As duas entram no domínio de Stella. Ruby é tão pequena que cabe debaixo de Stella. 
A noite Stella murmura:
- Ivan ?
-Estou aqui Stella.
- Nunca pedi pra ninguém me prometer nada antes, ah deixa pra lá a dor esta me deixando confusa.
-Você quer que eu cuide da Ruby?
-Se ela puder ter  uma vida diferente da minha.....
- Eu prometo Stella dou minha palavra de gorila das costas-prateadas.

O que vai acontecer após essa promessa? Recomendo que você leia para descobrir!

Uma história real, tocante, emocionante sobre amizade e respeito, que faz a criança refletir sobre os maus tratos aos animais.

Boa diagramação, capa dura, com frases curtas e texto narrado de forma ágil já que o narrador é Ivan e como ele mesmo diz:
"Os humanos tem tantas palavras. Mais do que precisam."

quarta-feira, 25 de março de 2015

Diário de um Banana Volumes I, II e III.

Título: Diário de um Banana  (Vol I)
Autor: Jeff Kinney
Gênero: Infanto Juvenil
Editora: V&R
Páginas: 217
Ano: 2007










Essa série é direcionada ao público infanto juvenil, mas pode certamente ser lido por adultos ou crianças de 8 anos, basta que um adulto explique algumas “tiradas” do texto. O protagonista Gregory Heffley tem 12 anos, e o mais legal de O Diário de um Banana é a facilidade de empatia das crianças com Greg o que causa uma identificação instantânea.

Adultos também se identificam pois muitas situações remetem à nossa infância, nos fazendo rir e nos vendo ali. Quando a gente cresce se esquece como a criança pensa, Greg nos faz relembrar!


A leitura flui muito fácil, e todas as páginas tem desenhos em preto e branco como "quadrinhos" ilustrando as diversas situações.

Tudo começa quando sua mãe sugere que ele escreva seus sentimentos e emoções, Greg concordou mas foi específico com ela que queria um caderno e não um "Diário". Sendo assim sua mãe compra um "Diário"!!!! E o único motivo pela qual ele aceitou escrever é que acha que no futuro será rico e famoso e todos vão querer ler seu "Livro de Memórias"


Em casa, convive com Manny (o irmão mais novo, super-protegido), Rodrick (o irmão mais velho e rebelde) e seus pais Susan e Frank.


Greg é um menino normal, que acabou de entrar no 6º ano. E já começa mal ao escolher onde se sentar!




Ele tenta se adaptar entre os valentões, os debeis, as meninas seletivas, seu  inocente amigo Rowley, o grupo de leitura da escola, o governo estudantil, a equipe de luta livre, o concurso de quadrinho (Epa neném) as provas, a hilária peça escolar que ele implora para a mãe pra não se inscrever, mas ele se esforça tanto que ela acaba tendo certeza que ele será um bom ator! E ainda fugir do toque do queijo......





Ah, quer saber o que é o 
"Toque do Queijo"?

Então leia o Diário de um Banana!



Título: Diário de um Banana; Rodrick é o cara. (Vol.II) 
Ano: 2009


No seu segundo diário, Greg começa contando como foi incrível uma merda as suas férias de verão e como tudo que ele planejou deu certo errado!
O foco principal do livro é Rodrick, o irmão mais velho, aquela criatura super amável endiabrada, que está sempre ajudando infernizando a vida do caçula.



Rodrick é um exemplo de aluno (a não ser seguido)


E tem uma banda de rock (a não ser ouvida)


E Greg descreve no livro, como a relação deles é amável e feliz



Título: O diário de um banana; A gota d`água. (Vol.III)
Ano: 2010













Em "A gota d água" o terceiro diário de Greg, o ano começa com um Greg humilde e solidário...



Seus pais acham que ele deveria praticar alguma atividade física, como se andar infinitos 400 metros até a escola todos os dias já não fosse o suficiente... Então ele entra para o time de futebol da escola, por livre e espontânea pressão, e descobre que essa não será uma carreira de futuro promissor...


Seu pai então decide matriculá-lo na academia militar, e para fugir dessa enrascada ele sugere os escoteiros mirins:


De fato, uma boa sugestão! 
Será mesmo? 
Leia o terceiro diário, e Greg te conta como foi a experiência! ;)

domingo, 15 de março de 2015

A mais pura verdade


Título: A mais pura verdade
Autor: Dan Gemeinhart
Editora: Novo Conceito
Gênero: Infanto juvenil
Paginas: 219
Ano: 2015







Recebi nessa sexta feira 13-03 o livro "A Mais Pura Verdade" como cortesia da Editora Novo Conceito.

Estava ansiosa por terminar a leitura já que a prévia tinha chegado um mês antes.

De fato, terminei o livro em um dia! Então vamos à resenha final.

"Mark resolve fugir de casa, os motivos não são claros no começo da história, mas logo percebemos que tudo envolve uma séria doença, câncer.

Montanha Rainier
Juntos vão seus apetrechos para realizar essa aventura e seu fiel e amado cachorrinho Beau. O objetivo de Mark é escalar a montanha Rainier em Seattle, mas para isso dar certo muitas coisas terão que acontecer de forma favorável à Mark, e ao longo do caminho ele vai percebendo que nem tudo é do jeito que ele imagina.

Mark deixa para trás sua cidade, seus pais aflitos, sua melhor amiga Jessie confusa sobre quais atitudes tomar. Mas no fundo o que ele queria mesmo era deixar a doença para trás, esquecer o hospital, o tratamento, as enfermeiras com vozes amáveis sempre perguntado se ele esta bem: "De vez em quando, mesmo as respostas corretas parecem erradas, se você não gosta da pergunta

Como uma criança encara as patologias mais sérias? Como sera esse desejo de fugir do seu destino, de encontrar a cura num outro lugar qualquer? De lavar a alma com lágrimas?

"Eu queria pedir que eles comprassem um bicho de pelúcia para mim, que me levassem para casa, mudassem meu nome e eu vivesse para sempre."

O livro é narrado na primeira pessoa, e enquanto Mark vai expondo seus sentimentos e aventuras, nos meios capítulos você fica sabendo o que acontece com os pais, e com Jessie.

Mark e Beau
Por ser narrado por duas crianças a leitura é leve e fácil, até ingenua. Mas da metade pro final comecei a achar um pouco exagerado que uma criança fuja, viaje sozinha com o cachorro, ele passa frio, fome, dorme ao relento, é roubado, passa mal o tempo todo devido aos sintomas do câncer,  passa quase dois dias debaixo de chuva e por fim uma forte nevasca os atinge, mas nada sério acontece a ele ou ao impermeável Beau, que passa praticamente um dia debaixo de neve sem proteção e sem nem ao menos espirrar, e mesmo sendo um pequeno cachorro doméstico soube identificar uma fenda no gelo em meio a uma tempestade de neve.

Outro detalhe é que a frase que da nome ao livro "A mais pura verdade" é um jargão repetido à exaustão no decorrer da narrativa, o que faz com que ela perca um pouco do seu impacto, na página 143, Wesley fala essa frase e pra mim soou estranha na voz de alguém que não o protagonista. 

É um livro direcionado ao público infanto-juvenil e nesse quesito cumpre sua função, mas ao público adulto se torna simples demais.



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Fidel e Raúl, meus irmãos.

Título: Fidel e Raul, meus irmãos. (A história secreta)
Autora: Juanita Castro (Por Maria Antonieta Collins)
Gênero: Biografia, Política.
Editora: Planeta
Ano: 2011
Páginas: 398










Juanita Castro; irmã de Fidel e Raúl Castro. Se voltou contra o regime Cubano, saiu do país e passou a viver em Miami, e a atacar publicamente o governo cubano. Seus motivos? Era o que eu gostaria de saber quando me deparei com seu livro.
Toda história tem dois lados. É sempre bom conhecer os prós e os contras, indiferente do lado que você escolhe defender. Sobre os prós do regime cubano todos sabemos, em especial os avanços em educação e saúde, mas e sobre os contras? O que é verdade e o que é simples conspiração anti-comunista? O fato de a própria irmã de Raúl e Fidel ter se voltado contra a revolução me deixou curiosa; o que faria uma pessoa trair os próprios irmãos e se aliar ao seu pior inimigo? O que ela teria de tão importante à declarar contra o regime cubano e qual seria a história secreta?

"Fidel fala esta noite pela televisão:
"-Eu lhes digo aqui com inteira satisfação e com inteira confiança: Sou marxista-leninista e serei marxista-leninista até o último dia da minha vida."
Ao escutá-lo fiquei horrorizada e não consegui senão voltar-me para ver minha pobre mãe, que estava pior do que eu: "-O que é isso? O que foi que Fidel disse?"

Eu não sabia o que responder, porque aquela declaração nos deixou paralisadas.
Minha mãe, pobrezinha, tinha os olhos cheios de lágrimas. Era desnecessário qualquer explicação, fomos as primeiras a ser traídas pelo pronunciamento, depois de nós estavam os demais cubanos. Jamais na vida fui marxista. Jamais."

Este trecho do livro deixa bem claro a posição de Juanita, e o motivo que a levou a se voltar contra o governo dos próprios irmãos; este levava o nome "comunismo."  Se o regime fosse exatamente igual, com os mesmos erros e os mesmos acertos em nome do capitalismo ela jamais teria desertado, tão pouco tentado derrubá-lo.
(Sem contar que este trecho do livro é de uma dramaticidade de dar inveja às novelas mexicanas... rs)

Juanita se aliou a CIA, o principal inimigo do governo cubano, que planejou várias tentativas de derrubar o regime de Fidel Castro, incluindo conspirações para matá-lo. Se declarou publicamente anti-comunista e contra o governo cubano ao se axilar em solo estadunidense, recebeu do governo uma rádio para trabalhar, onde comandava um programa anti-castrista transmitido tanto nos EUA quanto em Cuba, recebia financiamento do governo para suas atividades de auxilio aos cubanos residentes em Miami. Com a chegada do governo Nixon as coisas mudaram para ela, o governo estabeleceu um pacto de amizade com a União Soviética, o programa de rádio que ela comandava foi censurado e posteriormente cancelado, e suas atividades já não eram mais financiadas, alem de ter recebido da CIA a proposta de anunciar publicamente que se enganara ao se voltar contra o regime cubano e relatar suas beneficies, assim aprendeu o que é ser uma peça, no tabuleiros dos interesses políticos.

Segundo a sinopse: "Este instigante livro de memórias é o relato não só da vida de uma importante personagem, mas também dos acontecimentos que mudaram para sempre a América Latina"

Cheguei à última página, me perguntando onde estaria a parte instigante do livro, tal qual os acontecimentos que mudaram a América Latina. A maior parte do livro se trata de relatos de sua vida familiar, bastante desinteressante. Em termos histórico e político o livro é fraco, relata apenas suas atividades ajudando a libertar presos políticos e ajudando pessoas a sair do país. Não há nenhuma bombástica história secreta.

Ela cita dois contras no governo cubano: a perseguição aos contra-revolucionários e paredão de fuzilamento do qual cita Che Guevara como o responsável, e o confisco de bens, que permitia aos cubanos que deixavam o país a levarem apenas pertences básicos e uma quantidade mínima de dinheiro. Beneficios? Ela não cita nenhum, o que mostra sua parcialidade.
Ainda fico na expectativa de um livro imparcial, nem contra nem a favor do governo cubano, mas apenas histórico, que relate seus prós e seus contras com profissionalismo.