Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
Escolha um livro, pegue uma xícara de café e venham me desfolhar, sintam-se à vontade.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Tu carregas meu nome


Título: Tu carregas meu nome - A herança dos filhos de nazistas notórios.
Autor: Norbert & Stephan Lebert
Gênero: História, Biografia
Editora: Record
Ano: 2004
Páginas: 197










O livro "Tu carregas meu nome" traz entrevistas com filhos dos nazistas mais notórios, realizadas em 1959, pelo jornalista alemão Norbert Lebert. Seu trabalho foi retomado pelo filho 40 anos depois. Stephan Lebert procurou pelos filhos de nazistas entrevistados pelo seu pai, para uma nova entrevista, e juntando todo o material publicou o livro.
No livro os filhos dos nazistas contam lembranças da vida com o pai antes e depois da guerra, a chegada das tropas aliadas, a prisão e condenação dos pais, como a familia viveu durante esse periodo e como foi crescer com essa herança nazista; para alguns motivo de orgulho e para outros um fardo.

"Martim Bormann conta que cerca de um ano antes do fim da guerra, ele, sua mãe e irmãs foram vistar os Himmler. Subitamente Hedwig Potthast, secretaria e amante de Himmler, disse que queria mostrar-lhes algo muito interessante, uma coleção muito particuar do seu chefe. Subiu com os convidados até o sótão e abriu um cômodo. Havia mesas e cadeiras feitas de partes de corpos humanos. Numa das cadeiras, o assento era parte de ossos da bacia, toda entalhada. Outras tinham pés feitos de pernas humanas com pés humanos. Depois disso a sra Potthast mostrou um exemplar de Mein Kampf, encapada com pele de costas humana. Bormann se lembra como ele e as irmãs ficaram petrificados e chocados, e como a mãe, confusa, tentava consolá-los" Pg 92


Apesar de já ter lido absurdos piores sobre experimentos nazistas, esse trecho do livro ainda me chocou.

Martin Bormann é filho do nazista do mesmo nome, que foi secretário de Hitler. Aos 70 anos de idade durante a entrevista de Stephan para este livro, quando interrogado sobre seu pai, sobre como se sente ao ver o pai ser apresentado em livros e documentários como uma pessoa brutal e sem caráter, sobre suas perseguições aos judeus, e os crimes nazistas, ele emocionado, ele retira da carteira um velho cartão-postal amarelo, no qual o pai escrevera algumas palavras em 1943.
-Veja aqui - diz ele com lágrimas nos olhos. "Filho do meu coração. Espero poder rever-te em breve. Teu papai." Entenda - diz Bormann -, essa é a imagem que eu tenho, sendo filho, e essa imagem ninguém pode me tirar. Pg 95


Bormann filho se tornou padre, foi missionário na guerra do Congo na Africa, percorre a Alemanha dando palestras sobre os perigos do nacional-socialismo e diz que não acredita no fim dessa terrivel ideologia, em algumas localidades, principalmente no leste da Alemanha ele precisa de proteção policial. (2000)

Para o resto do mundo Martin Bormann era apenas um "pai nazista", na visão de filho é como se o pai e o nazista fossem duas pessoas distintas. Mto bom ver que nem sempre os filhos seguem os passos errados dos pais, ao contrário, luta contra tal ideologia apesar de ter sido criado nela.
A história de Martin foi a que mais gostei, o livro todo é muito bom, simples, de fácil entendimento e prende a atenção.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Guia politicamente incorreto da filosofia


Título: Guia politicamente incorreto da filosofia
Autor: Luiz Felipe Pondé
Gênero: Filosofia
Editora: LeYa
Ano: 2012
Páginas: 223









O que me atraiu no livro foi o subtítulo "Ensaio de ironia." Na verdade o que o autor chama de ironia, eu chamo de "ser desagradável..." Mas como ele mesmo citou na introdução "Este livro é um ensaio de ironia filosófica, movido por uma intenção específica: ser desagradável"  logo o objetivo é atingido com sucesso!!! 
O autor faz o tipo ranzinza (não sei se isso faz parte do papel interpretado no livro ou se ele é assim mesmo) e isso foge um pouco da ironia e vira chatice de gente rabugenta de mal com a vida... Mas ainda assim em alguns momentos essas rabugentices me fizeram rir e em outros me fizeram pensar: "esse indivíduo deve ser insuportável pessoalmente."
Mas se ironia é dizer algo querendo dizer o contrário daquilo, devo considerar verdadeiras, o contrário de todas as opiniões do autor? O.o rsrsrs


O principal foco do livro é falar de assuntos do cotidiano atacando os "politicamente corretos" e essa mania mentirosa, falsa e hipócrita de dizer que tudo e todos são lindos, maravilhosos e uns fofos, quando na verdade não são!  Nessa parte concordo com o autor pois valorizo muito mais a sinceridade do que essa mania de querer agradar à todos só pra fazer bonito e parecer simpática. Porém discordo da maioria das opiniões por ele expressas, não achei o livro bom no sentido de aprendizado, ao contrário achei algumas opiniões do autor um tanto atrasadas... Mas o lado bom de discordar é que estimula a criatividade, nos faz pensar e criar argumentos contrários ao que está sendo afirmado e isso nos enriquece, estimula o raciocínio. 


Se você, caro leitor, tem um amigo que tem o livro, do qual você pode pegar emprestado, então leia! Mas se você está pensando em gastar seu rico dinheirinho nele, pense que existem muitos outros títulos melhores, que merecem muito mais um lugarzinho na sua estante!


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Diário de um magro

Título: O diário de um magro
Autor: Mario Prata
Gênero: Humor
Editora: Planeta
Páginas: 140
Ano: 1997











Sempre pensei em ler algo do Mario Prata, e achei que esse livro seria um bom começo! Comprei ele na Bienal e li bem rápido, pois é uma leitura simples, dinâmica, e fácil!


Mario Prata que foi "arrastado" ao SPA pelo amigo Fernando Morais, (autor de Olga entre tantos outros bons livros) resolve descrever o dia a dia no SPA de uma forma lúdica. 


Você é minuciosamente revistado na entrada (dizem que um paciente levou patê num tubo de pasta de dentes): tiram o sal da comida (outro foi pego pagando duzentos reais por um jornal - recheado de presunto e queijo) tiram o açúcar da sua comida ( no bosque, havia um laguinho com peixes ornamentais. Foram transformados em sashimis. Acabaram com o laguinho).   - Orelha  de Antonio Fagundes - 


Não é de rolar de rir, mas é um livro extremamente agradável.   





terça-feira, 21 de agosto de 2012

Bienal


Como não podia deixar de ser fui a Bienal 2012 nesse ultimo Domingo, independente do preço dos livros, o evento em si já é muito legal, mas tinha muitos títulos em promoção, o que faltou foi perna e tempo pra ver tudo, afinal eram cerca que 480 expositores,  em cada estande que eu passava queria desfolhar todos os títulos que meus olhos avistavam. Tirando logico os que já sei que não curto, na boa tem que ir pelo menos 2 dias pra conseguir dar uma geral!

Empenhei-me em conseguir um autografo do Ziraldo e do Mauricio de Sousa pro meu filho Yuri de 5 anos, achei que ele ia curtir ter um livro escrito: “Um Abraço Yuri Ass: Ziraldo” e “ Oi Yuri Ass; Mauricio de Sousa” e deu certo, ele amou e no outro dia já leu um dos livros do Ziraldo e agora esta empenhado em ser um Menino Maluquinho.

Alias Ziraldo, meu parabéns!!!! Você é muito simpático, atencioso, autografa com paciência, te escuta, posa na boa pra foto, e ainda segura sua mão na hora do Clic!!!! Muito bom.  Maurício de Sousa é mais econômico, mas autografou e pousou pra fotos na boa tb.

Poderia ter comprado uns 500 livros rs, mas teria que ter tempo pra ir atrás das promoções com calma, peguei  “ O CAÇADOR DE PIPAS” tão indicado pela irmã Grazy,  (colaboradora do Blog) e  pela amiga Michelle que tb esta me influenciando a ler Carlos Ruis Zafon.  Comprei “MINHAS HISTORIAS DOS OUTROS” do Zuenir Ventura,  pois gostei da sinopse e do preço, 6,90! E peguei “O DIARIO DE UM MAGRO”   ainda não li nada do Mario Prata, e creio que é um bom começo a 9,90!! Fora isso “O MENINO MALUQUINHO”, “OUTRO IGUAL ELE SÓ DAQUI A MIL ANOS” e “ CUIDANDO DO NOSSO PLANTA”  pro meu filho pegar gosto pela leitura desde cedo.  Assim q eu os ler, posto aqui.

Muito bom ir em um evento desses, você respira cultura, e a sintonia é boa pois todos que la estão tem o mesmo interesse, livros! As pessoas precisam aprender que ler é bom, saudável, enriquece seu vocabulário, estimula a criatividade, te da conhecimento, te leva a lugares inimagináveis, e nunca nos esqueçamos: “ Aprender não ocupa espaço!”

Bienal, até a próxima!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Através do Espelho


Título: Através do espelho
Autor: Jostein Gaarder
Editora: Cia das letras
Gênero: Romance/ Literatura Infantil
Páginas: 142
Ano: 1998 











Do mesmo autor de "O mundo de Sofia"

A história fala de uma criança com câncer em fase terminal, que recebe a visita do anjinho do guarda, que se torna seu melhor amigo nos seus últimos dias de sua vida. Toda noite ele vai ao quarto dela visitá-la e eles conversam sobre vários assuntos. O anjinho lhe conta como é ser um anjo e poder observar os humanos, a garota lhe conta como são as sensações humanas que o anjo não sente, como frio, calor, sabor, tato... etc... Eles passam a noite "filosofando" numa linguagem bem simples e infantil, aos poucos o anjo a prepara para partir desse mundo e enxergar sua vida "através do espelho"

Outras obras do autor:
O mundo de Sofia
A garota das laranjas

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vozes no centro do mundo


Título: Vozes no centro do mundo
Autor: Henrique Cymerman
Editora: Almedina
Gênero: Politica / Ciências Sociais
Páginas: 415
Ano: 2011












Jerusalém, o centro do mundo, terra sagrada para Judeus, Cristãos e Muçulmanos, onde os povos vivem em uma guerra "santa" pelo domínio soberano do território.
Vozes no centro do mundo é um livro que traz entrevistas com lideres Palestinos e Israelenses sobre o conflito no Oriente Médio e suas possibilidades de um acordo de paz entre os povos.
O livro começa prendendo a atenção do leitor, mas se torna cansativo, uma vez que todos os lideres, tal qual políticos que são, usam os mesmos discursos "Nós queremos a paz, a outra parte é quem não colabora."
A leitura se torna mais atrativa, quando na sequência, o autor traz entrevistas com civis; cidadãos que perderam seus entes queridos em atentados terroristas e confrontos. Nessa parte do livro notamos que um acordo de paz entre os governos não resolveria em nada a questão da violência entre Judeus e Palestinos, uma vez que o ódio pelo "inimigo" já faz parte da cultura da população, enraizada desde a infância em um povo palestino cujo 45% dos jovens de até 15 anos têm como seu maior sonho, se tornar um homem-bomba, matando civis israelenses, e em um povo israelense que vive por detrás de um muro, construído para se proteger do inimigo palestino.

Apesar do ódio existente em grande parte da população, existe na fronteira entre Israel e o território palestino uma organização formada por mulheres ativistas dos direitos humanos, Machsom Watch, que busca garantir que os palestinos que atravessam a fronteira sejam "bem tratados" e são vistas por alguns extremistas como traidoras da pátria, por "defender" palestinos.
Uma dessas ativistas é entrevistada pelo autor.
O livro também traz entrevistas
 com colaboradores do governo "inimigo" considerados traidores de seu povo, com lideres internacionais especialistas em terrorismo e com lideres islâmicos fundamentalistas, que na sua maioria não desejam apenas o reconhecimento de um estado palestino independente, mas também a extinção de Israel,  e demonstram claramente profundo ódio pelos Israelenses, sendo esta, mais uma amostra de que uma proposta de paz não encontra-se apenas nas mãos dos governantes palestinos. Em 1981 Anwar Sadat foi assassinado por assinar um acordo de paz com Israel, contrariando a Irmandade Muçulmana e supostamente a sociedade palestina. Yasser Arafat recusou o acordo de paz proposto por Ehud Barak na Cúpula para a paz no Oriente Médio, ocorrido em Camp David em Julho de 2000. Posteriormente Arafat disse "Se eu aceitasse a oferta referente à Jerusalém eles teriam me matado, no mundo muçulmano eles nunca me perdoariam e eu seria considerado um traidor"
Apesar do governo palestino dizer que o principal objetivo deles é ser reconhecido como estado, os grupos extremistas como o Hamas e a Jihad islâmica têm como objetivo a destruição do Estado de Israel e a expulsão dos Judeus das terras que eles dizem lhes pertencer. Mas os Judeus já não viviam ali antes da época de Cristo? Os Muçulmanos não invadiram suas terras em meados do século XIII? Eles apenas voltaram à viver na terra que já lhes pertencia antes da invasão Muçulmana, nada mais justo. Cada lado expõe suas "razões" e eu particularmente penso que já passou da hora de deixarem os Judeus em paz, bem pq, eles apenas voltaram para as terras que antes lhes foram tomadas.

Abaixo segue o Slogan da Irmandade Muçulmana, a mais antiga organização Islâmica do mundo, fundada em 1928 por Hassan Al-Bana:

"Ala é o nosso objetivo. O profeta é o nosso líder. O corão é a nossa lei. A Jihad é o nosso caminho e a morte em nome de Alá é a nossa maior aspiração."

E eu me pergunto: Como chegar à um acordo de paz, quando a maior aspiração de um povo é  morrer e matar em nome do seu Deus?

O livro não é indicado para leigos no assunto, para melhor compreensão do conteúdo citado nas entrevistas é aconselhável conhecer um pouco sobre o conflito e suas origens, eu sugiro alguns videos como este: