Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
Escolha um livro, pegue uma xícara de café e venham me desfolhar, sintam-se à vontade.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Nunca fui santo - O livro oficial do Marcos.


Título: Nunca fui santo
Autor: Marcos Reis - Publicado por Mauro Beting
Gênero: Biografia
Editora: Universo dos livros
Ano: 2012
Páginas: 167









O livro é uma autobiografia da sua vida profissional, contada de maneira simples e bem resumida, onde ele fala dos clubes por onde passou até chegar ao Palmeiras, dos primeiros jogos, das defesas que o consagraram, e também das falhas. Conta sua passagem pela seleção, do amor pelo seu clube e outros motivos que o fez recusar a proposta de jogar no exterior, além de contar algumas situações hilárias. Uma leitura leve, simples, e muitas vezes divertida. Recomendo à todos que admiram a arte do futebol, inclusive aos NÃO palmeirenses como eu! Pq quem gosta do esporte em si, admira os bons profissionais indiferente da camisa que eles vestem. Marcos é admirável, não só como profissional mas também pelo que demonstra ser como pessoa. Precisamos de mais profissionais assim; com bom caráter, personalidade e amor à camisa! Uma pena ele ter parado tão "cedo..."

"Fomos campeões Paulistas, Rio-São Paulo, Brasileirão, Copa do Brasil, Mercosul. Um monte de títulos. E eu lá no banco de reservas, dando volta olímpica  mas sem aquele gostinho de realmente ter participado.
Como titular desde 99 ganhei pouca coisa. Peguei uma época do Palmeiras que era uma desgraça. Passei mais raiva do que dei volta olímpica"


"O Sérgio me convidou para jantar na sogra dele. Voltamos tarde e a concentração onde eu morava já estava fechada. Ele ofereceu para eu ir dormir aquela noite na casa dele. No dia seguinte me convidei pra jantar na sogra dele de novo. Acabei dormindo de novo na casa dele. Ele me convidou para ficar até o fim de semana. Fiquei um ano e meio..."

"Eu e o  Rogério Ceni só não somos os últimos dos moicanos nos clubes brasileiros pq não temos cabelo pra tanto. Não faltaram oportunidades no Brasil e fora dele para que saíssemos. Preferíamos ficar."


"O Rogério Ceni era o preferido para ser goleiro titular do Brasil. Ainda bem que o treinador era 100% fechado comigo. Eu tinha sido goleiro dele no Palmeiras. É uma posição de confiança do treinador, isso ajudou muito. Recebi o maior apoio do Rogério e do Dida durante a copa, eles sempre foram amigos. A convivência foi ótima, nos divertíamos muito. Acabava o treino, a gente fazia disputa de pênaltis. Claro que o Rogério ganhava todas. Ele catava tudo e ainda batia melhor que todo mundo!"

"Uma bola sobrou espirrada na entrada da área. Estava 6 x 2 pra eles. Eu poderia defendê-la com a mão, mas quis dar um bico pra frente, pra longe do estádio - justamente onde eu queria estar. Estava com tanto ódio de ter tomado 6 gols que furei a bola feio. Já tinha tomado dois frangos. Levei um ainda pior. O Adãozinho, nosso volante, que estava no lance, só conseguiu falar "Misericórrrrrrrdia Marcos" com uns 7 erres caipiras. Um pra cada gol do vitória naquela noite."

"Eu, o Sérgio e o Carlão havíamos estudado as cobranças do Corinthians.Estava tudo decorado. Eu sabia onde cada um batia os penaltis. Mas na hora tudo muda. Então pensei: "Vou mudar o canto pq eles tb vão mudar" Eles repetiram o canto das cobranças. Eu pulando no outro, intuição zero da minha parte. Aí sobrou pro Marcelinho carioca. Se eu defendesse a gente estaria na final. Resolvi arriscar o mesmo lado que ele tinha batido contra o Rosário  no Pacaembu. Deu tudo certo. Foi uma das maiores festas que fizemos, não só por termos eliminado mais uma vez nosso principal rival, mas tb pelo ambiente que parte da imprensa havia criado contra nosso time."




sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A mulher do vizinho.

Titulo: A mulher do vizinho
Autor: Fernando Sabino
Gênero: Crônicas
Editora: Record
Páginas: 205
Ano: 1982 (18° edição 2008)











O AFOGADO

- Vocês não souberam o que aconteceu com o carro dele?
Como nenhum de nós soubesse, pôs-se a contar-nos, excitado:
- Imaginem que tinha um sujeito se afogando na Praia de Botafogo e vários carros já haviam parado para ver. Ele parou atrás, junto à calçada. Então veio outro carro em disparada e bateu de cheio no dele.
- Estragou muito? Perguntou alguém da roda.
- Espere, não foi tudo: O dele, por sua vez, bateu no da frente. O da frente atropelou duas moças que iam passando. Elas ficaram feridas levemente, mas os carros ficaram completamente amassados. O dele, então, virou sanfona.
- Mas que azar! Comentou um, consternado.
- Logo aquele carro, novinho em folha! Disse outro.
- Pois foi isso: Ficou em pandarecos.
- Então vai custar um dinheirão para consertar.
- Não tinha seguro? Tornou o primeiro.
- Ele não, mas o que bateu tem seguro contra terceiros: Só que um seguro de cem mil não dá para cobrir o estrago de jeito nenhum.
- Além do mais, é um inferno tentar receber seguro nessas situações.
- Foi o que ele me disse. E tem os outros dois carros, que naturalmente vão pleitear parte desse seguro também.
- Mas se a culpa foi do outro, tem que pagar tudo.
- Até provar que a culpa foi do outro...
- Não houve perícia?
- Não, parece que não houve perícia.
A conversa prosseguiu entre comentários em que todos lastimavam a falta de sorte do amigo. Todos, menos eu, que me limitava a ouvir, pensativo.
- Você não disse nada. Observou um deles.
É verdade, eu não disse nada, continuei calado. Não havia muito que dizer, além do que já fora dito pelos outros. Mas na realidade gostaria de saber o que foi que aconteceu com o homem que estava se afogando.


Fernando Sabino nasceu em 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Aprendeu a ler em casa, na adolescência trabalhou como locutor de rádio e já escrevia para revistas da cidade.
Foi redator na “Folha de Minas” e em 1941, publica no Rio de Janeiro, o livro de contos “Os Grilos não Cantam mais" seu primeiro lançamento literário.
Trabalhou na Secretaria de Finanças de Minas Gerais, e como professor de português. Em 1943, é nomeado oficial de gabinete do secretário de Agricultura do Estado.
Em 1944, muda-se para o Rio de Janeiro para trabalhar como oficial de Registro de Interdições e tutelas da Justiça, forma-se em direito em 1946, e viaja para os EUA com Vinícius de Moraes. Morou em Nova York por dois anos, trabalhando no Consulado Brasileiro.
Em 1956, lança o livro “Encontro Marcado”, obra editada até no exterior. Em 1957, decide viver somente da escrita, lançando livros e escrevendo para os jornais. Em 1964, é contratado por João Goulart para trabalhar em Londres. A permanência na Inglaterra o fez correspondente da Copa de 66 para o Jornal do Brasil.
Faleceu no dia 11 de outubro de 2004.
À seu pedido, seu epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".
Fonte: http://www.infoescola.com/escritores/fernando-sabino/

Conheça mais livros do autor:
O gato sou eu
O tabuleiro de damas

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O que a vida me ensinou - Amalia Sina


Título: O que a vida me ensinou
Autora: Amalia Sina
Editora: Saraiva
Páginas: 151
Ano: 2011













Amalia Sina é reconhecida como uma das mais bem-sucedidas executivas brasileiras. Foi presidente da Wallita e vice-presidente da Philips. Hoje tem sua própria empresa.

O livro faz parte da coleção "O que a vida me ensinou" porém o conteúdo trata apenas de "como ser um profissional de sucesso" voltado na sua maior parte para mulheres e com uma linguagem mais próxima do "auto-ajuda" do que conteúdo didático.
O livro seria razoavelmente bom se o tema fosse algo como "Dicas para se tornar um bom executivo" ou "foco em liderança e empreendedorismo" e não um livro sobre aprendizado de vida. Eu creio que lições de vida vão muito além de crescimento profissional, e quando o autor fala apenas disso me passa a imagem de alguém limitado, cujo o qual ser um bom profissional foi a única coisa que aprendeu.
Achei a leitura chata, massante, cansativa, mas talvez seja útil para quem deseja crescer na área executiva e busque opiniões ou conselhos de quem já chegou lá.

Outros autores da coleção "O que a vida me ensinou"
Mario Sergio Cortella
Heródoto Barbeiro
Washington Olivetto
Reinaldo Polito