Um blog criado a 4 mãos, uma parceria entre irmãs, para comentarmos sobre os livros que lemos, e compartilhar opções de boa leitura.
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sábado, 25 de abril de 2015

O Grande Ivan

Título: O Grande Ivan
Autor: Katherine Applegate
Editora: Irado (Novo Conceito)
Gênero: Infanto Juvenil
Páginas: 290
Ano: 2014










Ivan é um gorila das costa cinza-prateada, tinha tudo pra ser feroz e lhe causar medo, mas não tem como não se apaixonar por ele e sua história.

Ivan existiu! Ele foi trazido do Congo em 1962, e morou com uma família até se tornar indócil, assim foi vendido pra uma loja de um shopping em Tacoma nos EUA, onde viveu 27 anos numa jaula à exposição do público.

Ivan ficou famoso porque pintava e assinava com o polegar. Ivan morreu aos 50 anos em 2012.




Essa é a versão dos humanos, agora vamos a versão de Ivan:

Era uma vez, um gorila chamado Ivan.

Nasci na África Central, numa floresta densa e tropical tão linda que nenhum lápis de cor do mundo conseguiria recriá-la. Minha irmã se chamava Pega e eu Barro porque eu desenhava com barro nas rochas, vivíamos felizes como deveria ser.

Certo dia, uma dia sem vento, o ar zumbiu e os humanos chegaram.

Os humanos mataram meus pais, estávamos dependurados na minha mãe, minha irmã e eu quando eles a mataram. Em seguida mataram meu pai, fomos colocados numa caixa escura e apertada que cheirava a urina e medo. Eles cortaram a cabeça, pés e mãos do meu pai. Tem uma loja aqui do lado que vende cinzeiros feitos de mãos de gorilas. Minha irmã não conseguiu se desligar da selva, na caixa ela me olhou sem conseguir enxergar nada.
Ela não sobreviveu.

Foi Mack que comprou aquela caixa, e me criou como bebê humano. O tempo foi passando. Eu fiquei grande. E me transformei no que nasci para ser. Grande demais para cadeiras, forte demais para abraços. Grande demais para a vida humana. Mack me trouxe pro Shopping e Fliperama Saída 8, onde moro num pequeno domínio, os humanos veêm me ver 3 vezes ao dia, 365 dias por ano, Mack é o dono daqui.
Desde então nunca mais vi outro da minha espécie.

Tenho amigos aqui, a Stella é uma elefanta ela fica no domínio ao lado, a pata dela esta inchada, tenho perguntado, mas Stella sempre responde que esta bem, ela se apresenta 3 vezes ao dia no picadeiro.
A noite escuto Stella gemer de dor.

Tem o Bob. Bob é um vira-lata ágil e esperto, os funcionários do shopping desistiram de tentar pegá-lo. Ele não tem dono, se intitula "sem teto por opção". Uma noite sonhei que comia um donut peludo, quando acordei, encontrei Bob dormindo na minha bariga, desde então é assim. Tentei dividir minha comida, mas ele é seletivo, diz que prefere caçar o próprio alimento.
Bob é pequeno e rápido parece um esquilo que late.

O faxineiro é o George, ele limpa o shopping toda noite enquanto sua filha Júlia fica sentada perto do meu domínio. Ela poderia sentar onde quisesse, não estou me gabando, mas ela prefere sentar comigo. Acho que é porque nós dois gostamos de desenhar. O que ela mais gosta de fazer é desenhar e conversar comigo. Não sei por que as pessoas conversam comigo, acho que pensam que eu não as entendo.
Ou talvez porque eu não saiba responder.


A nova vizinha chegou. Um caminhão enorme parou e na parte de trás tinha um filhote de elefante. É a Ruby. Marck esbraveja mas Ruby esta com medo, Stella corre em direção a porta aberta e coloca o pé inchado na rampa. Geme. O sangue escorre. As duas entram no domínio de Stella. Ruby é tão pequena que cabe debaixo de Stella. 
A noite Stella murmura:
- Ivan ?
-Estou aqui Stella.
- Nunca pedi pra ninguém me prometer nada antes, ah deixa pra lá a dor esta me deixando confusa.
-Você quer que eu cuide da Ruby?
-Se ela puder ter  uma vida diferente da minha.....
- Eu prometo Stella dou minha palavra de gorila das costas-prateadas.

O que vai acontecer após essa promessa? Recomendo que você leia para descobrir!

Uma história real, tocante, emocionante sobre amizade e respeito, que faz a criança refletir sobre os maus tratos aos animais.

Boa diagramação, capa dura, com frases curtas e texto narrado de forma ágil já que o narrador é Ivan e como ele mesmo diz:
"Os humanos tem tantas palavras. Mais do que precisam."