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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Meu Primeiro Golpe de Estado



Título: Meu Primeiro Golpe de Estado
Autor: John Dramani Mahama
Gênero: Biografia, História
Editora: Geração
Ano: 2014
Páginas: 344






"Os outros só nos empurram com a força que permitimos e até onde deixamos."




Escrito por  John Dramani Mahama, escritor, historiador, e Presidente de Gana desde 2012.  Gana é um dos 54 países que compõe o continente Africano. Conquistou sua independência em 06 de Março de 1957, deixando de ser colônia britânica chamada Costa do Ouro, e se tornou Gana, país independente e autogovernado.

Dramani narra sua trajetória de vida durante o período das décadas perdidas, desde o golpe de estado em 24 de Fevereiro de 1966, até meados de 1997, sendo que a retomada do governo constitucional foi em 1982. E a primeira constituição de Gana promulgada em 1992.

Dramani era filho de um engajado e respeitado ministro do governo de Gana, recebeu boa educação graças ao esforço de seu pai, um homem visionário, que foi preso juntamente com todos os políticos ligados à ex-democracia, assim que os militares tomaram o poder e depuseram o então presidente Kwame Nkrumah, que estava em visita oficial em Hanoi no Vietna do Norte, Kwame Nkrumah nunca mais voltou à Gana e ficou em exílio na Guiné até morrer em 1972. Dramani viu sua família desmoronar, seu pai perdeu tudo á exceção de uma casa pra onde foram após sua soltura e tiveram que se reinventar para continuar a viver sobre regime militar.

Sua narrativa tem a ternura típica de quem fala sobre a família, sobre suas memórias, tudo gira em torno de como um menino de 7 anos via aquela situação, e como foi crescer nesse ambiente hostil, marcado por guerras, crises econômicas, disputas pelo poder, até o despertar para a filosofia política na faculdade, caminho que o levaria onde ele jamais poderia imagina, à presidência do seu país.

Sim, é interessante acompanhar sua narrativa, já que hoje ele é Presidente de Gana, mas seu livro tem um enfoque muito mais pessoal, é um relato sobre um homem e sua nação, sobre seu povo, longe de ser uma autobiografia politica, é um relato terno e reflexivo. Não foca em fatos políticos, sócio econômico ou conflitos entre tribos e etnias, o que para mim deixou a narrativa um pouco desestimulante, talvez por eu ter criado uma expectativa a respeito de informações políticas, e elas serem poucas.

Mas navegar pela história sob o olhar de Dramani, sua cultura, fatos e acontecimentos que compuseram sua formação, te faz conhecer, mesmo que de longe, a história de outra nação, o que sempre agrega conhecimento.